sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Energia Eólica, Uma Outra Alternativa - Por Luiz Domingues


A mitologia grega é uma das mais ricas, sem dúvida alguma, por trazer em seu bojo, todas as explicações da cosmogenese que a rica imaginação de seu povo pôde conceber. E nessa disposição, o seu panteísmo explicava a ação dos ventos, como a vontade de um Deus específico dessa manifestação da natureza, e este tornou-se conhecido pelo nome de : Éolo.
Entendida a morfologia da palavra, sabemos que a energia eólica é uma das mais importantes neste momento no planeta, por todas as razões ambientalistas que nem cabem mais em ser repetidas. E não  trata-se de nada moderno que tenha surgido graças aos avanços da tecnologia, como muitos podem pensar. Basta elucubrar que a impulsão mediante velas, é usada desde a antiguidade, nas navegações. E no campo da agricultura, os moinhos de vento fazem esse trabalho com eficácia e economia, desde a Idade Média, certamente.
No mundo moderno, o princípio dos moinhos continua a valer e os campos eólicos trabalham nesse sentido, para gerar a energia elétrica limpa, de alta ou baixa tensão.  O Brasil empreende esforços de ampliação desse tipo de geração de energia, contudo, ainda timidamente. Em 2008, por exemplo, produziu 341 MGW. Aumenta o desempenho ano a ano, mas ainda aquém de seu potencial, com a geografia privilegiada que possui. Para ter-se uma ideia, o consumo interno de energia elétrica do país, beira a casa dos 70 gigawatts.
A China é atualmente o país que mais investe nesse tipo de geração de energia, seguido da Alemanha. Dinamarca e Portugal também demonstram crescimento nesse setor. Mesmo ainda insuficiente, a produção brasileira responde por mais da metade da soma de nossos vizinhos sulamericanos, que apresentam resultado insignificante nesse sentido. Está construído, por exemplo, o complexo de Caetité, no interior da Bahia, que será o maior da América Latina. Contudo, por questões burocráticas de editais e que tais, está parada neste instante, sem gerar energia nem para alimentar um liquidificador doméstico, em busca de uma vitamina matinal... 

Pois eu já falei sobre o monstro burocrático e o quanto ele atrasa-nos, mas parece que as autoridades não pensam como nós, pobres mortais...

Segundo o governo federal, a usina deverá começar a produzir em julho de 2013 e assim esperamos que cumpra-se. E ao acreditar nessa perspectiva, uma fábrica de componentes para usinas eólicas, funciona a todo vapor em Pernambuco. Tomara que arrebentem de tanto trabalhar e lucrar, para alimentar outras tantas usinas espalhadas por todo o país.
E outra alternativa muito interessante está em curso, ao prometer gerar energia limpa e barata, igualmente. Trata-se do uso da força das ondas do mar, como impulso para gerar-se energia. Ainda em caráter experimental, esse tipo de geração de energia está instalado no porto de Pecém, a 60 KM de Fortaleza, no Ceará. Em princípio, essa mini usina alimentará de energia o porto e as residências de sessenta famílias de funcionários que lá trabalham. Mas os engenheiros estão muito otimistas em relação ao sucesso desse tipo de geração de energia, ao abrir a possibilidade para a larga escala, em um futuro não muito distante.
E convenhamos, com oito milhões de Km quadrados, o Brasil tem um potencial inacreditável para tal perspectiva de geração de energia limpa. O que não falta aqui é solo; vento e costa marítima com ondas abundantes. De volta à mitologia grega, como poderíamos referir-nos à essa energia gerada pelas ondas do mar ? Talvez "poseidônica", em referência ao Deus dos mares, Poseidon ? Irrelevante questão... o importante é que funcione, sendo barata e limpa para o ecossistema.

Matéria publicada inicialmente no Blog Planet Polêmica e posteriormente republicada no Blog Pedro da Veiga, ambas em 2012

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