sexta-feira, 24 de maio de 2013

Celulares, Tablets & Afins : As Estrelas do Show - Por Luiz Domingues


À medida que os telefones celulares sofisticaram-se, funções extras e agregadas, foram incorporadas e assim tal acréscimo passou a fascinar os seus usuários. Jogos em primeira instância, mas logo a seguir a possibilidade em fotografar; filmar e interagir com a internet, transformaram tais aparelhos em peças indispensáveis no cotidiano de quase todo mundo.
Então, tornou-se rotina fotografar e filmar shows musicais; peças teatrais; palestras; exposições & vernissages; tarde de autógrafos de escritores; jogos de futebol e outros esportes etc. Até aí, não haveria nada a reclamar. Qual o mal dessa moderna forma de registrar momentos agradáveis em tais eventos ?


Todavia o tempo passou e a febre por essa mania só aumentou, para protagonizar distorções e exageros, naturalmente. Com a chegada dos tablets, isso exacerbou-se ainda mais. E o que verificamos hoje em dia ?
Apagam-se as luzes em um show de Rock, por exemplo, e ao contrário de épocas passadas, o frenesi pela entrada em cena de seu artista predileto, é atenuado pela excessiva preocupação em filmar. Ninguém mais presta atenção no espetáculo, ao parecer que todas as pessoas tornaram-se documentaristas profissionais, tamanha a profusão de aparelhos mirados para o palco.
Na perspectiva do artista em cima do palco, tornou-se algo até bizarro notar que a maioria das pessoas preocupam-se mais com isso, ao fazer com que a emoção gerada por ver & ouvir o artista ao vivo, dilua-se, pois cada pessoa na audiência o vê através de uma tela, na maior parte da duração do show. Observei recentemente uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, a falar sobre isso e impressionei-me com o depoimento de diversos atores. No caso dos espetáculos teatrais, tal hábito é mais deselegante por parte das pessoas, é evidente.
Alguns atores reclamam (com razão), que tal ocorrência os desconcentra do texto e marcações. Além do fato desagradável que muitos não estão a filmar, mas muito pior, a checar o seu e-mail ou a postar asneiras pelas redes sociais. Coibir tal prática parece medida arbitrária, coisa de fascista demodeé, que adora controlar a vida das pessoas. Deixar do jeito que está, provoca mal estar, principalmente para os artistas em cena.

O que fazer ? Se por um lado, um espetáculo acaba por senr incensado por tal prática espontânea da parte do público(pois gera-se vídeos no You Tube; fotos no Instagram e postagens nas redes sociais), por outro, denota mais o modismo da tecnologia em si e a consequente mania do ser humano, para exibir-se.
Li na reportagem que os artistas dividem-se nessa questão. Um dono de um pocket-teatro em São Paulo, disse que expulsa sumariamente quem usa um aparelho desses dentro de um espetáculo em sua casa. Outro, de um outro espaço teatral, incentiva o uso, a apostar na propaganda espontânea das pessoas, como chamariz de suas temporadas. Como músico, eu tenho também observado o crescente número de pessoas que filmam /f otografam todos os shows. É engraçado ver uma parcela grande de gente com a face azulada, a olhar para os seus aparelhos fixamente e assistir o show por tais telinhas.



Contudo, particularmente, não vejo mal algum e pelo contrário, nos meus shows, estão todos autorizados a filmar e fotografar à vontade. Conheço até algumas pessoas que filmam com sofisticação e são verdadeiros documentaristas.
Nesse caso, com apuro e bom propósito, eu acho positiva tal ação, pois mal chego em casa e na madrugada pós-show, já vejo fotos e filmagens na internet, sem dúvida um apoio importante para o trabalho. E você ?  O que pensa sobre isso ?

Matéria publicada no Blog Planet Polêmica, anteriormente, no ano de 2013.

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