sábado, 29 de novembro de 2014

Geraldo Merece um Filme... - Por Luiz Domingues



Geraldo Filme foi uma personalidade ímpar na vida social, pois transitou entre a cultura e a militância política, mas sobretudo preocupado com a questão da discriminação e o preconceito contra a população negra e das classes sociais mais carentes, Geraldo Filme foi um sambista e compositor que teve uma trajetória muito rica em espontaneidade e simplicidade, mas com uma profunda inspiração advinda da sabedoria popular. A sua história pessoal foi plena em fatos surpreendentes, a começar pela data e local de seu nascimento.
Segunda consta em seus documentos, Geraldo Filme de Souza nasceu em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, em 1928, mas ele mesmo afirmava que teria nascido na capital, em 1927, e que o seu pai o registrara como nascido naquela cidade interiorana, apenas para manter a tradição antiga em registrar-se filhos como nascidos na terra natal dos pais, mesmo que isso não correspondesse à realidade, portanto, a honrar um costume comum entre a população negra mais antiga. Neto de escravos, cresceu a ouvir histórias tristes sobre subjugação; preconceito; discriminação e injustiças contra os negros e pobres. O seu pai tocava violino e uma de suas avós sabia de cor um repertório vasto de cantigas populares cantadas pelos escravos e que muito o influenciou musicalmente em sua vida adulta posterior.
Já a morar em São Paulo, no bairro central dos Campos Elíseos, Geraldo costumava ajudar a sua mãe no pequeno negócio comercial que sustentava a família. Tratava-se de uma pensão que também servia comida para fora. Garoto, recebeu o apelido de : “negrinho da marmita”, por tanto caminhar pelas ruas do bairro, a entregar a comida que a sua mãe fazia e alimentava tantas famílias naqueles arredores. Segundo ele mesmo contava, muitas vezes a sua marmita simples foi entregue no Palácio do Governo estadual, que nessa época ficava localizada nesse bairro, e solicitada pois, pelo governador, Ademar de Barros, em pessoa.
A sua mãe também trabalhava como empregada doméstica e ao atuar em residências de famílias abastadas, culminou em viajar como acompanhante de uma família dessas, para Londres, onde tomou contato com uma realidade sindical para organizar os empregados domésticos, cujo tipo de instituição ninguém nem sabia que existia no Brasil. De volta ao Brasil, ele fundou um sindicato de empregadas domésticas, que foi pioneiro na cidade, e que daí derivou um grêmio recreativo, que por conseguinte, transformou-se em Escola de Samba (Paulistano da Glória). 

Geraldo enfrentou tempos difíceis para as manifestações culturais afro, posteriormente. Rodas de samba eram proibidas, assim como exibições de capoeira e “tiririca”, uma variante dessa arte marcial.

Tudo era improvisado e sujeito a correrias quando a polícia chegava para dispersar os sambistas e capoeiristas.
E tudo era absolutamente feito apenas baseado na boa vontade, como fala-se popularmente. Batucadas eram promovidas sem instrumentos musicais adequados, mas a usar o poder do improviso total, ou seja, a utilizar-se latas; pedaços de pau achados pelas ruas; caixas de engraxates; e tamborins improvisados com couro de gato (bichanos esfolados, sei que isso é errado e claro que acho abominável, mas foi assim que tais artistas populares puderam, expressar-se nessa época difícil).


Um famoso samba de sua autoria, surpreende pela pesquisa que teve que empreender. “Tebas” não tem a ver com a cidade da antiguidade grega, mas tratava-se de uma gíria antiga que era popular entre a população negra, e que designava uma pessoa exímia em alguma atividade, e que posteriormente ganhou outros adjetivos, tais como : ”bamba”, “Ás” e “Craque”, entre muitos outros. E de onde surgiu isso ? Geraldo descobriu que o construtor das torres da Catedral da Sé e responsável pela obra da canalização da rede de esgotos do centro da cidade, houvera sido um ex-escravo negro e que conseguira a sua carta de alforria justamente em reconhecimento de sua capacidade autodidata para projetar complexos sistemas de edificações e tubulações. O nome desse arquiteto / engenheiro "prático", sem estudo e sem diploma, não consta dos registros oficiais da história por descaso, mas Geraldo foi buscar essa história fantástica, e a cantou em seu samba.


Outro exemplo de sua criatividade, deu-se quando ele cantou em “Eu vou mostrar”, os motivos pelos quais o samba paulistano não deveria ser desprezado. A ideia surgiu quando cansado em ouvir seu pai falar que o samba do Rio de Janeiro era o verdadeiro samba e que em São Paulo a produção local era sofrível nesse sentido.
Incomodado pela provocação paterna, criou com muita criatividade o seu samba a exaltar exatamente o contrário do que o seu progenitor costumava afirmar. Geraldo, apesar de deter a sua música muito ligada à urbanidade da cidade grande, mantinha também as suas raízes interioranas. Inconformado com a discriminação nas manifestações religiosas da pequena cidade de Bom Jesus de Pirapora, criou o samba : “Batuque de Pirapora”. Quando criança, por exemplo, compareceu vestido como anjo por um arranjo perpetrado pela sua mãe, ao participar de uma procissão, mas foi “convidado” em não misturar-se às crianças brancas, obrigado a participar ao final da fila, por pura discriminação racial.


Como muitos artistas do samba, só muito tardiamente foi descoberto pela indústria fonográfica; mídia e show business. Antes tarde do que nunca, lançou enfim o seu primeiro LP em 1980. Ele foi relançado em CD no ano de 1993, graças aos esforços da gravadora Eldorado em resgatar artistas esquecidos precocemente dentro do mundo da MPB. Em 1982, um outro LP denominado :”O Canto dos Escravos”, dividido com Clementina de Jesus e Doca da Portela (artistas com trajetórias bem parecidas com a dele), e igualmente, todos tardiamente reverenciados.
No mesmo ano, uma coletânea, também lançada pela Eldorado, chamada : “Memória Eldorado”, trouxe um pouco mais de material do sambista. Outra forma para conhecer-se um pouco de seu trabalho, dá-se através do LP “Beth Carvalho Canta o Samba de São Paulo”, um bonito resgate promovido pela intérprete carioca à produção paulista / paulistana.
Caso também do LP “História do Samba Paulista”, do percussionista, Osvaldinho da Cuíca, onde esse artista regravou composições de Geraldo Filme.


Existe um documentário sobre a vida e obra de Geraldo, realizado pelo produtor, Carlos Cortês, mas infelizmente pouco divulgado, O material mais completo que pode-se acessar, além dos poucos LP’s e esse documentário citado, é a participação de Geraldo no extinto programa “Ensaio”, de 1982, e sob direção de Fernando Faro.
Produção enxuta da TV Cultura de São Paulo, tal programa costumava fornecer espaço para grandes artistas, conhecidos ou não do grande público, para falar-se um pouco sobre o seu trabalho; ao tocar e cantar ao vivo, além de intercalar-se com depoimentos sensacionais e espontâneos dos próprios artistas em si.


Nos seus últimos anos de vida, Geraldo foi membro da comissão de organização do carnaval de São Paulo. As suas músicas primavam pela espiritualidade na criação das letras. Ele usava linguagem coloquial, com extrema simplicidade, todavia, sem grandes maneirismos, caso de Adoniran Barbosa que adotava o paulistanês italianado e cheio de erros gramaticais como uma licença poética proposital, por exemplo. Tampouco teve a malandragem sadia das ruas, como o grande, Germano Mathias, ou o samba Pop e italianado de Miriam Batucada. Na parte musical, a sua intenção não foi desvirtuar-se das tradições do samba. Profundamente influenciado pelas raízes afro, trazidas pelos escravos, não interessou-se em quebrá-las com ousadias estéticas novas, e pelo contrário, trabalhou sempre fiel às raízes.

Geraldo Filme é mais um caso de um artista genuinamente popular que caiu no esquecimento, indevidamente. A sua vida; obra e luta pelo fim do racismo; discriminação e igualdade de condições para todos, norteou a sua música feita com tanta qualidade. Portanto, a sua trajetória cabe bem em um filme... 
Matéria publicada inicialmente no Site / Blog Orra Meu, em 2014. 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Kim Kehl & Os Kurandeiros - 29/11/2014 - Sábado / 21:00 H. - Casa Amarela - Osasco / SP

Kim Kehl & Os Kurandeiros

29 de novembro de 2014

Sábado - 21:00 Horas

Casa Amarela

Rua Dr. Mariano J. Marcondes Ferraz, 96

Centro

Osasco - SP

KK & K :

Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo

Convidados Especiais :

Phil Rendeiro - Guitarra
Edu Dias - Gaita e Voz

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CD Cada Qual Com Seu Vício / Os Depira - Por Luiz Domingues




Nas minhas andanças pela estrada, nesses anos todos em que estou a atuar no ramo da música, eu pude conhecer inúmeras bandas a apresentar com trabalhos versados pela qualidade, e que necessariamente faz com que eu dê risada quando noto opiniões da parte de pessoas que afirmam que o Rock Brasileiro “morreu”. Pois trata-se de um ledo engano de quem apenas baseia-se no que a mídia mainstream divulga, ele existe aos borbotões, só não está visível aos olhos do povo.
É o caso da banda catarinense : “Os Depira”, que eu tive o prazer em conhecer no início dos anos 2000, quando visitei muitas cidades daquele belo estado sulista, como membro da Patrulha do Espaço, na ocasião. Como paulista / paulistano que sou, a primeira reação que tive ao deparar-me com o nome da banda foi no sentido em imaginar que seria uma banda de Piracicaba / SP, visto que os habitantes dessa pujante cidade paulista, costumam chamar a sua cidade, carinhosamente como : “Pira”, com aquele sotaque interiorano paulista, muito característico.
Mas o Brasil é enorme, e eu desconhecia o fato de que a belíssima cidade de Joinville mantivesse um distrito chamado : “Pirabeiraba”, de onde vieram os rapazes, e que portanto, “Os Depira”, observa uma outra conotação entre os catarinenses. Ao conversar com os seus componentes, todos simpaticíssimos, claro que estabelecemos amizade instantânea e doravante encontramo-nos várias vezes novamente, nas ocasiões em que a Patrulha do Espaço apresentou-se em Joinville, e também em uma ocasião posterior, em 2009, eu tive o prazer em dividir uma noite com "Os Depira", desta feita ao apresentar-me com o Pedra, um outro grupo em que atuei.
Foi com muita alegria portanto, que recebi recentemente uma cópia do último álbum da banda, denominado : “Cada Qual Com Seu Vício”. Lançado neste ano de 2014, trata-se de um trabalho inspirado, e recheado por detalhes agradabilíssimos, principalmente para um velho Rocker como eu, que tem adoração por inúmeros signos do Rock e da música em geral, produzida nas décadas de sessenta e setenta do século passado.
O disco abre com a música denominada : “Ancestrais”. Gostei muito da atmosfera Country-Blues onde mostra-se nítida a influência de bandas sessentistas norteamericanas  que utilizavam tal espectro musical em seus trabalhos. O guitarrista, Marcelo Rizzatti, explora bastante os desenhos rítmicos típicos do estilo Country, ao pontuar com o baixo muito criativo e sob excelente timbre, executado por Parfitt Jim Balsanelli. A parte "B" da canção, traz uma surpreendente guinada para um arranjo em stacatto, onde o piano propõe um diferencial, e que lembrou-me bastante o Brit Pop noventista, no que tal vertente teve de melhor, ou seja, o resgate do som dos anos sessenta, porém com o toque da então modernidade.
“Cada Qual Com Seu Vício”, vem a seguir. Com a responsabilidade em ser a faixa que também fornece o nome ao álbum, mostra-nos um Hard-Rock positivo, com influências nobres de bandas britânicas de primeira linha nos anos setenta, ou seja, contém o peso e o riff Rocker, mas também apresenta apelo pop. Gostei muito da linha de baixo, com frases contínuas em "loopings" que fez-me lembrar de muitos bons baixistas que atuaram tão bem naquela década. E falo isso sem medo de errar, visto que conheço bem as influências pessoais de Parfitt, em tantas conversas que tivemos nos bastidores de shows da Patrulha do Espaço em Joinville. E para falar em teclados, ao continuar a falar sobre tal canção, as intervenções do órgão, inclusive a usar e abusar de uma caixa Leslie em rotação acelerada, agradou-me bastante, além das bases muito criativas que Rizzatti executou com as suas dobras de guitarra.


A terceira faixa, “Devaneios”, impressionou-me pela beleza de sua melodia, onde aliás, destaca-se a voz rasgada de Nuno Albrecht.
Gostei da intervenção de um cravo, por fornecer a docilidade sessentista a La Beatles (fase “Rubber Soul”), e mais uma vez o guitarrista, Marcelo Rizzati, acertou a mão, ao elaborar um solo com versatilidade, onde usou muito bem o delay (lembrou-me  astante o som de David Gilmour, no Pink Floyd), e em outros momentos, ele criou um belo dueto ao pilotou o Wah-Wah, com extrema felicidade. 

A seguir, uma curiosa faixa curta, quase uma vinheta, “Formiga Gigante” traz em sua letra uma clara intenção psicodélica, ao sair um pouco da poética das demais, onde a preocupação em apresentar questionamentos psico-sociais fez-se mais proeminente.
E na questão da sonoridade, eu gostei bastante do Riff e das intervenções aos sintetizadores. Uma das melhores canções, ao meu ver, é a quinta faixa : “Lembranças de uma Tarde de Domingo”, onde a influência sessentista, mais uma vez, emociona. São vários os elementos a evocar tal atmosfera, a começar pelo uso do Mellotron, logo no início da canção e a entrada grandiloqüente do naipe de metais, que deu-lhe uma rica aura “BurtBacharahniana”, irresistível.
Tudo é bonito nessa música : da melodia à harmonia; o arranjo de metais; o solo sujo de guitarra, a reverenciar a memória de George Harrison; a providencial intervenção pontual do piano elétrico, e a boa sacada do "fade out" com os metais a sobrar, acompanhados de singelas palmas de mãos, como marcação percussiva. Ouvi-a como se estivesse em um parque londrino em 1966, preguiçosamente deitado na relva de uma tarde de domingo, a ouvir um disco do Small Faces na vitrolinha portátil... portanto, uma divagação esplêndida !

“Meses Tristes” tem uma letra dura, em tom de constatação da realidade e o som é compatível, por ser mais direto, no sentido  visceral. Um Rock sem firulas ou sutilezas, e a contrastarcom a docilidade da faixa anterior. Boa sacada, portanto, em escolhê-la para figurar nessa ordem como track.


“Nada Sobrou” tem um quê de música caribenha a temperá-la em termos de arranjo geral, com o Calypso a mesclar-se ao Rockabilly. Tal canção mantém boas intervenções de trompete e o solo de guitarra, lembrou-me guitarristas como Scotty Moore e James Burton em suas sutilezas observadas dentro da escola da Country Music in natura, oriunda de Nashville.
Ecletismo é uma marca registrada da banda, e a oitava faixa, “Rumo ao Sol”, é um blues pesado. A linha do baixo de Parfitt é perfeita, e a inclusão de um solo fantasmagórico ao sintetizador, ornou muito bem a faixa. Lá no fundo da mixagem, tem como “sombra” algo rítmico que eu deduzo ser um violão ”batido”. Que a banda perdoe-me se eu ouvi algo que não existe na realidade, todavia, o fato é que eu gostei dessa inclusão sutil ao arranjo da canção.


“Suba a Montanha” traz uma lembrança sessentista muito forte. É inevitável não lembrar de bandas como o Iron Butterfly, Young Rascals e Vanilla Fudge, com aquela intervenção de órgão bem psicodélica, e com timbres parecidos com o de instrumentos muito usados nessa época, como os teclados das marcas : Farfisa e / ou Vox. Para usar uma gíria da época : “que viagem maluca”!
“Tá pra Nascer”, tem uma sonoridade mais moderna, ao remeter para o Hard Rock praticado por bandas nacionais do calibre de um  Golpe de Estado, por exemplo. Um exemplo dessa lembrança está na sucessão de riffs que emendam-se e que constituíra-se de uma marca registrada do guitarrista e meu amigo, o saudoso, Hélcio Aguirra. Gostei da presença dos metais mais uma vez e com peso, pois tal intervenção garantiu à música, um certo clima propício a lembrar a canção : “5:15”, do The Who.
Em “Tanto Faz”, a banda busca a fonte da malandragem swingada, algo bem característicio do Blues de New Orleans. Existe uma parte “B” adorável, ao lembrar o Queen, de certa forma. Gostei do piano elétrico, e contém igualmente uma das raras intervenções de backing vocals, fator que deveria ser mais explorado ao longo do disco, pois senti falta desse recurso, no bojo do álbum.


Muito interessante o clima Morrisoneano /The Doors da última faixa, “Tempestade”, com uma introdução muito boa, a partir da entrada de congas (mas que desconfio ser na verdade um "vaso" a simular o som das congas), e com uma segunda parte mais pesada, a garantir uma influência Hard-Rock, da linhagem de bandas importantes dos anos setenta. Em alguns aspectos, uma certa lembrança do Hard-Rock que mescla-se ao Rock Progressivo,  pairou, mas existe uma convenção forte, ao final da música, que certamente bebeu da fonte do Hard-Rock, em predomínio. E tal faixa, mostra mais um bom trabalho do bom baterista, Rafael Vieira.
O áudio, sob responsabilidade da banda em parceria com o engenheiro de som, Vinicius Barganholo, mostra-se com muita qualidade. Gostei bastante dos timbres em geral e se tenho algo negativo a relatar, fica por conta da opção pela voz principal destacada, ao estilo Pop radiofônico. Aliás, para corrigir, não é uma observação negativa exatamente de minha parte, mas uma questão de gosto pessoal. Se por um lado ganha-se com a total inteligibilidade das letras, com dicção e sibilância bem cuidada, por outro, para ouvidos mais Rockers, a voz destacada incomoda um pouco, acostumados que estamos a encarar a voz humana no Rock, como mais um instrumento a ser apreciado no todo, e não como destaque, como é geralmente observado no espectro da música popular em geral. Trata-se apenas uma questão de gosto e opção da banda, que deve ser respeitada, portanto.


No quesito letras, existe bons momentos a ser destacados :


“O Sol bateu lá fora e perguntou : Você não vem” ?


“ E a vida segue sem rumo, sem trilhos, avassaladora, mas continua sendo vida”...


“Cansei de devaneios alheios, não acredito mais em previsão do tempo”...


Quanto à capa, gostei da arte em geral. 
A ideia em conter diversos cartões e cada qual a remeter ao mote de cada canção, não é exatamente algo inédito, mas caiu muito bem para ilustrar a obra. Trabalho dos ilustradores, Igor Tiogo Soares e Fernanda Sponchiado, com fotos de Bruna Merino de Matos e Ana Carol Carvalho.


Jackson Araújo, tecladista convidado, elaborou os arranjos, inclusive os escritos para os metais (Rogério Leitum : Trompete; Cláudio Morais : Sax; Sérgio Coelho : Trombone).
Ótima contribuição para o disco, mas que trouxe uma dor de cabeça inerente, pois ficou tão especial, que certas faixas agora merecem a participação desse músico convidado, a pilotar as teclas, e também sobre os três instrumentistas dos sopros a participar dos shows ao vivo da banda, e como músico, sei bem que nem sempre é possível contar com músicos convidados nas apresentações. Marcos Moser, também participou de uma faixa (“Nada Sobrou”), como guitarrista convidado e fez produção específica dos timbres de guitarra.
Os Depira é mais uma banda boa no panorama do Rock Brasileiro, e que está fora dos holofotes da mídia. Mais um caso de um trabalho de qualidade, obscurecido pela falta de apoio sintomático, e que faz do Brasil, um país bastante injusto no quesito da difusão cultural. Reitero, quando incautos falam-me que o Rock Brasileiro morreu, e que nada de bom existe na atualidade, dou risada, porque realmente sei bem que artistas criativos existem aos montes, do Oiapoque ao Chuí, só não fazem parte dos grupos seletos que dominam o show business mainstream. 

Para conhecer o trabalho de “Os Depira” e seu recente álbum, “Cada Qual com Seu Vício”, acesse :


www.osdepira.com.br

sábado, 15 de novembro de 2014

Pedra : 4 Singles Inéditos + Entrevistas / Resenhas

4 músicas novas do Pedra são lançadas simultaneamente, e entrevistas e resenhas pipocam na mídia !!

Antecipando o lançamento do álbum "Fuzuê", o Pedra lança quatro singles avulsos, e provoca uma série de resenhas e entrevistas na mídia especializada.

A primeira canção é "Furos nos Sapatos" (Zupo- Marcelo Mancha). Trata-se de um Hard-Rock de forte acento setentista, com pitadas de Jazz-Rock, principalmente no solo intrincado de Zupo à guitarra.


A segunda canção, é "Segunda-Feira", que propõe um mergulho no R'n'B pop, com certa influência do Jamiroquai.


Terceiro single lançado, "Os Teus Olhos" tem forte influência "Beatle" e também do "Clube da Esquina", além do momento "jazzy" proporcionado pelo ótimo saxofonista, André Knobl, ao final da canção.


A quarta música lançada é "Amém, Metrópolis", um "samba Progressivo", pois não obstante o fato de possuir elementos desse ritmo brasileiro, tem a pegada Rocker que lembra o trabalho dos Novos Baianos na década de setenta, e a sofisticação harmônica das canções de João Bôsco.
Há de se ressaltar a participação dos vocalistas Marcelo Mancha e Renata "Tata" Martinelli na faixa "Furos nos Sapatos", além do saxofonista André Knobl, em "Os Teus Olhos".

Cabe também mencionar que as ilustrações que acompanham os quatro singles, são de autoria do artista plástico, músico e web designer, Diogo Oliveira, que já fora o autor da capa do CD Pedra II.

O lançamento de tais novas canções simultaneamente, suscitou três entrevistas, até aqui.

A primeira, foi uma participação ao vivo da banda no estúdio da emissora Brasil 2000 Web Rádio, com direito à execução de várias músicas dos álbuns anteriores, entrevista e claro, a execução dos quatro singles.

Tal participação ao vivo ocorreu em 4 de novembro de 2014, mas o programa fica postado ad infinitum no arquivo do site da emissora. Confira :

http://www.brasil2000.com.br/arquivo/190/brasil-2000-ao-vivo-89-pedra

Já no Blog Toca do Shark", do amigo Alexandre Quadros, uma exposição das canções novas, com comentários de minha autoria (Luiz Domingues), em anexo, saiu recentemente. Confira :

http://tocadoshark.blogspot.com.br/2014/11/ai-vem-o-fuzue-do-pedra.html

E mais recentemente ainda, outro Blog de qualidade, publicou uma resenha completa sobre a banda, também comentando os novos lançamentos. Trata-se do Blog "Vamos Curtir um Barato", editado por Jader Faust, um abnegado trabalhador a serviço do Rock brasileiro. Confira :

https://vamoscurtirumbarato.wordpress.com/2014/11/11/pedra-solta-4-pedradas-ineditas/

Fica aqui a minha dica para acompanharem as novas músicas e a entrevistas recentes, compartilhando-as pelas redes sociais, comentando e curtindo, logicamente !!