sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Ao Ir de Encontro ao Sonho de Dom Bosco - Por Luiz Domingues



Pouco importa qual seja o partido político, o lado da polarização forjada na qual o cidadão é induzido a simpatizar mais, as convicções acerca de ideologias sociopolíticas, a discussão sobre ser preferível um modelo de estado controlador via ditadura ou se pela ilusão de que um estado mínimo abra caminho automático para que "empreendedores" não gananciosos irão regular a sociedade, se quem controla o mundo é a força oculta operada mega armação de cunho político com suporte bélico e o restante das ações observadas no seio da sociedade, representem um mero jogo de cena.  
 
Esta expectativa pueril da parte do cidadão comum é uma visão bonita a fantasiar em meio a um ideal de "bom-mocismo" sobre o panorama sociopolítico, filosófico e comportamental em geral dentro da sociedade, se analisado sobre o prisma mais inocente, da parte de quem realmente deseja o bem da humanidade em princípio, sob auspícios messiânicos, digamos assim, mas ignora o que realmente representa a sanha pelo controle do mundo e a sua ação agressiva em torno da dita geopolítica.

Portanto, se visto com essa lente da ingenuidade de Pollyana, o que vivemos atual e intensamente no Brasil, seria na verdade uma vontade de estabelecer uma operação de limpeza ética sem precedentes e que buscaria a sua mais profunda e maldita raiz que, em tese, seria a quebra do paradigma em torno do popular e famigerado: “Jeitinho brasileiro”, que avaliza a bandalheira generalizada, em todos os níveis e camadas, não importa o estrato social. 

Nesses termos, a ideia da roubalheira desenfreada, alimentada por um Ego sem limites que não se sacia nunca e pelo contrário, quanto mais rouba, mais deseja roubar, seria a raiz de todos os nossos males. Esses malditos acumuladores de riqueza, conquistada através das negociatas, operações escusas e demais práticas nada honestas e que não tem nenhum escrúpulo ao acumular bilhões sem nenhuma função prática para tal (pois não gastariam nem 10% do que já tem, exatamente porque não há como um ser humano gastar tudo em bens de consumo nessa escala, mesmo ao se considerar a profunda falta de bom senso dessa gente), seriam então os maiores facínoras do planeta.
 
Dessa forma, eliminá-los, resolveria toda a problemática da falta de recursos para se prover a falta de infraestrutura que atinge as camadas mais humildes da população, certo? 
No entanto, pode ser pior, sim, o infinito poço sem fundo e imoral desses crápulas que é abissal, e sendo assim, não obstante o fato de qualquer roubalheira do erário público ser absurda pelo fator moral e ético, a ostentação indecente e que esbarra no desperdício escandaloso desses montantes astronômicos é inversamente proporcional à miséria e atraso de qualquer nação. 

Por exemplo, a constatação de que pessoas estão a morrer por falta de atendimento em hospitais públicos, por que falta recursos, só reforça a ideia de que os hospitais poderiam funcionar sob um padrão de primeiro mundo, com equipamentos em ordem, prateleiras repletas com materiais e médicos, enfermeiras e técnicos a ganhar bons salários, e assim trabalhar com motivação total etc. 
 
Todavia, o raciocínio não pode ser tão simplório assim, ao se atribuir à corrupção de um funcionário público ou um parlamentar que causou uma malfeito, toda a culpa pela inoperância, não apenas no setor da saúde, mas em toda a cadeia de serviços. 
 
A quem interessa a deturpação total dos fatos, com a invenção de narrativas movidas pela vergonhosa mentira deslavada, as provas forjadas e os falsos testemunhos? 
 
E os que trabalham com afinco para destruir todo o serviço público, à guisa de nos empurrar o conceito de que um serviço privado funcionaria melhor, pois o estado não sabe administrar nada? 
 
E nesse caso, em conluio com uma mídia nada isenta, espalham a ideia de que "gestores", "Ceo's" e que tais, seriam a solução, quando na verdade, tais executivos querem mesmo é lucrar ao máximo. 
 
Portanto, cai por terra a ideia do estado mínimo, com a vida organizada pelo "mercado", pois na prática, o mercado é predador ao extremo e na ponta do lápis, fica patente que a corrupção é um mal a ser extirpado, sim, mas está longe de ser o pior dos nossos problemas como o nosso único empecilho para pleitear mais igualdade social, aliás, longe disso, a caracterizar um engodo.  
Em outro setor, ao verificar-se a escalada do crime, é inacreditável que as forças policiais estejam tão mal preparadas, com o seu pessoal pessimamente remunerado, sem equipamentos à altura e que não haja uma inteligência super preparada pela crescente tecnologia ao seu favor, a antecipar os planos dos criminosos, e assim evitar que os seus ardis logrem êxito. Ingenuidade da parte de quem sonha com algo tão trivial?

Escolas, do berçário à Universidade, a cair aos pedaços, com professores super maltratados, inclusive a trabalhar com medo em meio a balas perdidas e a lidar com alunos cada vez mais agressivos, e lógico, por ser tal comportamento da parte das crianças & adolescentes, um mero reflexo da mesma situação aviltante. Mas neste caso, o sucateamento completo do sistema de ensino público não desnuda a intenção velada de quem deseja que a educação seja inteiramente privatizada? Então, se há um grito a induzir a massa contra a corrupção que remete aos desvios, que se prenda o malfeitor responsável, mas convenhamos, não é bem isso o que está em jogo, não é?

Vemos estradas sob condições miseráveis, a produzir mortes, famílias destruídas por conta dessa dramática situação e sem contar os prejuízos generalizados, direto ou indiretamente a revelar o atraso do país, também no quesito da infraestrutura. 
 
Fora o descaso com outros meios de transporte, como as estradas de ferro e as hidrovias, porque conluios privilegiam as estradas de rodagem, por interesses escusos. Bem, desde o tempo Imperial o interesse dos poderosos é que norteia a expansão da infraestrutura logística, não é mesmo?
 
E assim, ponto a ponto, todo item que eu observar e o leitor também vier a se lembrar e que seja pertinente a retratar a miséria do Brasil em contraponto ao fato de que os recursos aqui gerados seriam mais do que suficientes para suprir isso e com sobras, até, é certeza de que não é apenas o malfeito eventual de um ladrão a agir, mas a ação predatória dos poderosos age por trás de tudo, de uma forma incrível e assim, somos atacados por todos os lados. 
 
Os pequenos gatunos precisam ser detidos, naturalmente, mas a força maior que realmente influi para manter o povo sob um regime de escravidão feudal, além de se manter incólume, usa de artifícios midiáticos para incutir no povo, a ideia de que o grande problema é apenas a corrupção. É também, não vou negar ou minimizar, mas creio que o caminho para se desvelar a realidade é bem mais longo do que os ingênuos deduzem ser necessário.
José Melchior Bosco foi um padre da ordem salesiana, nascido na Itália, em 1815. Muito antes de entrar para o seminário, ainda na tenra infância, ele demonstrava uma incrível capacidade de ter experiências extra-sensoriais, através de sonhos premonitórios. E tal capacidade, ele levou vida adiante, ao ter muitas experiências desse porte e com índice de acerto muito grande, como ficou conhecido. 

E entre tantos sonhos que teve, em um deles, ele mencionou o Brasil, e ocorreu em uma época em que este país mal passara da condição de uma ex-colônia de Portugal para um recém-fundado Império (deveras improvável, por sinal), em meio aos trópicos, portanto, aos olhos do mundo civilizado, completamente irrelevante. Em seu sonho, Dom Bosco, previu a construção de uma cidade, na exata localização de onde hoje se localiza Brasília, inclusive ao ter fornecido dados geográficos, sobre longitude e latitude. E ao ir além, ele previu que nessa cidade do “futuro”, haveria uma bonança, que guiaria uma nova ordem social para a humanidade.

Ao enxergar o mar de lama em que tal cidade veio a se tornar, pela ação das manipulações múltiplas em que ali foram instauradas, dá até para dizer que Dom Bosco errou parcialmente, pois no quesito “liderança para nova Era”, tal visão parece um paradoxo. Mas eu sou otimista por natureza e ao verificar essa visão do religioso, mesmo que soe como algo utópico, o sonho de Dom Bosco pode vir a ser interpretado ipsis litteris em algum momento adiante.

Não faz muito tempo, no Blog do meu primo, o filósofo Rubens Turci, ele fez uma explanação sobre o sonho de Dom Bosco, com o seu olhar mais centrado pelo viés da filosofia & espiritualidade. Veja essa reflexão, através do Link:

https://brahmanirvana.blogspot.com.br/2017/05/o-amigo-divino-politica-brasileira-e-o.html

E por fim, eis abaixo, a transcrição do sonho de Dom Bosco, que ocorreu em 1883:

"Eu enxergava nas vísceras das montanhas e nas profundas da planície. Tinha, sob os olhos, as riquezas incomparáveis dessas regiões, as quais, um dia, serão descobertas. Eu via numerosos minérios de metais preciosos, jazidas inesgotáveis de carvão de pedra, de depósitos de petróleo tão abundantes, como jamais se acharam noutros lugares. Mas não era tudo. Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto ode se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: -Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".
Só não se pode confundir tal belo sonho do religioso com a possibilidade de que um certa operação com forte apelo midiático em voga (2017), seja a oportunidade para concretizar a profecia dele, pois esta faz justamente o contrário do que afirma fazer, ou seja, na realidade, conspurca a imagem da honestidade. Batizada popularmente como a designar uma ação de limpeza, na verdade, deixa um rastro de imundície sem precedentes na história.

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